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Destacado como um dos melhores carnavais do interior pela sua movimentação de público em
cortejo e pelo número de habitantes, o carnaval de Lavras é realmente a maior festa popular
da fronteira.
O carnaval de Lavras era chamado "o grande carnaval de uma cidade pequena" e, inicialmente,
vivenciado nos bailes à fantasia do Club Memeluco, que nasceu carnavalesco, despertando em
nossa comuna o apreço pelas imortais marchinhas do início do século.
Mais tarde, tornou-se popular com o advento dos esdrúxulos "banhos dágua" ao longo de nossas
ruas, importunando os incautos e descuidados pedestres. Era o "entrudo", uma brincadeira de
rua, instigando os passantes a diversão, para deixar as mágoas e cair no carnaval. Alguns
rebelavam-se contra o inesperado banho, ameaçando banhistas de revólver em punho, caso fossem
atingidos pelos baldes dágua que eram, rua afora, jogados da carroceria de um caminhão.
O citado entrudo e, mais tarde, o "assalto" dos blocos carnavalescos à casa de seus
componentes e as românticas serenatas eram artifícios para acordar o carnaval, dando
início, muitos dias antes, ao "tr�uo momesco".
O sigilo das fantasias, os ensaios e a expectativa das críticas programadas para as rádios
Galocha e Mugando também muito contribuiram para seu brilhantismo.
A partir de 1930, efetivamente, o carnaval de Lavras tomou grande entusiasmo e lances de
competição, provocados pelo surgimento dos "Blocos Carnavalescos".
Texto extraído do livro "Lavras do Sul - Na Bateia do Tempo" de Edilberto Teixeira

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